Márcia queria ser pintora e cursou Belas-Artes, também fez tangentes ao cinema, e talvez seja por isso que a sua música nos crie imagens tão fortes na cabeça. Mas Márcia, na verdade, descobriu-se como cantora e compositora, aquele que era um hobby foi conquistando cada vez mais espaço. Estava escrito: foi na música que Márcia se encontrou – e que o público a encontrou.
Foi em 2009 que Márcia se estreou em nome próprio com um homónimo EP, editado pela Optimus Discos, já depois de ter participado com a versão original d’“A Pele Que Há em Mim” na colectânea “Novos Talentos FNAC”. O sucesso de “Dá”, o primeiro álbum, lançado em 2010 pela Pataca Discos de João Paulo Feliciano, levou à contratação de Márcia pela Warner e ao relançamento do disco em 2011, com uma nova versão de um tema do EP, “A Pele Que Há em Mim”, em dueto com J. P. Simões. Visto mais de dois milhões de vezes no YouTube, tornou-se um dos temas mais vendidos no novo mundo da música digital em Portugal.
A cantora foi mãe entre “Dá” e o segundo álbum, “Casulo”, de 2013, e a experiência moldou necessariamente o novo trabalho, produzido por Filipe C. Monteiro e que contou com a colaboração de Samuel Úria no tema “Menina” que, a par de “Deixa-me Ir”, foi um dos dois singles retirados do álbum.
E a carreira de Márcia continua nessa progressão paciente e segura de quem vê as coisas acontecer sem deslumbramentos nem sofreguidões. Depois de “Casulo”, o passo seguinte leva Márcia ao Rio de Janeiro e a gravar com Dadi Carvalho, cúmplice regular de Marisa Monte e presença de peso no êxito dos Tribalistas. Mas nem a produção de Dadi, nem a presença de nomes grandes da música brasileira como Criolo ou Vinicius Cantuária, afastam Márcia do seu caminho.
“Quarto Crescente” chega co-produzido por Filipe C. Monteiro, responsável pela produção do anterior “Casulo”, em conjunto com a própria cantora. Como quem diz: esta ainda é uma obra em crescimento, um percurso de descobertas e encantos. Onde existe “A Insatisfação” ou “A Urgência”, mas também um “Ledo Sorriso” ou um “Bom Destino”. Aberto ao que vier e disposto a convidar o público para essa viagem.
Fonte: Warner
Projecto concluído