Faltam 6 dias para a estreia de “Gisberta”, de Luis Lobianco (Porta dos Fundos) em Portugal
21/11/2018“O texto de Rafael Souza-Ribeiro evidentemente vai muito além da música ao recontar a história da personagem-título, funcionando como pungente libelo contra a transfobia (…) Gisberta é grito capaz de acordar multidões.”
—
Mauro Ferreira, G1 (globo.com)
“Lobianco não encarna Gisberta, e sim figuras importantes de sua trajetória, das descobertas na infância à derrocada, já na cidade do Porto. Seu desempenho comovente merece tantos aplausos quanto a mensagem da peça, um libelo contra o preconceito que alimenta a violência.”
—
Renata Magalhães, Revista Veja
Aclamado pela crítica especializada no Brasil ao longo do último ano, o espectáculo “Gisberta” chega a Portugal em menos de uma semana. A estreia está marcada para o Porto, no Teatro Sá da Bandeira, onde decorre nos próximos dias 27 e 28 de Novembro, seguindo depois para Lisboa, onde estará em cena no Teatro Tivoli BBVA, a 5 e 6 de Dezembro. Os bilhetes estão à venda nos locais habituais.
Idealizado pelo actor Luis Lobianco (Porta dos Fundos e Segundo Sol), com direcção de produção de Claudia Marques, texto de Rafael Souza-Ribeiro e direcção de Renato Carrera, o espectáculo “Gisberta” conta a história da brasileira vítima de transfobia que morreu tragicamente na cidade do Porto, em 2006. No dia 5, após a sessão, será promovida uma conversa aberta entre o público e um painel de oradores sobre “Aspectos de Género na Arte”, moderada por Alice Azevedo (Actriz e activista TransFeminista e Queer) e com as participações de Luis Lobianco, Rafael Souza-Ribeiro, Daniela Filipe Bento (membro da direcção da ILGA Portugal), Júlia Mendes Pereira (co-fundadora e co-directora da organização não-governamental Ação Pela Identidade) e Matias Braga (Oficinas Drag King e Tradutor).
O tema “Balada da Gisberta”, escrito por Pedro Abrunhosa para o álbum “Luz” (2007), editado por Maria Bethânia no álbum ao vivo de 2011, inspirou Luis Lobianco a procurar mais sobre esta mulher e criar uma obra capaz de fundir política, história, música, teatro, humor, poesia e ficção. Todos os aspectos da sua vida são abordados de forma ora poética, ora contundente, ora documental, sendo muitos ainda inéditos para o grande público português. Trazer “Gisberta” a Portugal é também ampliar a sua existência e manter içada a bandeira da tolerância. O espectáculo é uma jornada pela vida de Gisberta Salce Junior, desde a infância e adolescência, vividas em São Paulo, no Brasil, com a sua família, até à decisiva mudança para Portugal, país que abraçou enquanto novo lar, tornando-se conhecida pela ascensão meteórica nas noites do Porto, onde protagonizava espectáculos transformistas. Mudou-se aos 20 anos, num momento em que escalava uma vaga de homicídios a transexuais na sua cidade-natal. Foi encontrada morta no Porto, 25 anos mais tarde, após ter sido torturada por um grupo de 14 jovens menores de idade.